Diante da realidade atual enfrentada pelas universidades estaduais baianas venho manifestar minha indignação contra a letargia política e apatia dos estudantes da UESC. Não se pode admitir que diante do ataque perpetrado pelo governo do Estado da Bahia à já restrita autonomia das universidades públicas, os estudantes permaneçam indiferentes a essa situação preocupando-se apenas com seus futuros canudinhos. Gramsci neles: “odeio os indiferentes”.
A princípio denuncio a farsa montada pelo DCE – Carlos Marighella no dia 29 de Março, a qual intitulou de assembléia dos estudantes. Que espécie de assembléia é essa que sequer teve divulgação prévia? Que de maneira truculenta e antidemocrática foi imposta aos estudantes. Na verdade tudo aquilo não passou de um teatrinho para levarem a cabo mais um de seus projetos de traição aos estudantes. O que foi aprovado naquele dia? Alguém Lembra? Eu sim! Foi aprovada, de maneira arbitrária, a solicitação de um ônibus com 40 vagas para irem a Salvador negociarem (leia-se vender o movimento estudantil) com o governo a assistência estudantil para a UESC, aquela antiga pauta que bem conhecemos: residência, restaurante, posto médico, creche, etc. Ora, como puxar essa luta apenas lendo a pauta de reivindicações, sem ao menos fazer uma discussão a respeito? O debate sobre assistência estudantil é mais do que necessário na conjuntura uesquinana: o famoso e não menos importante TRABALHO DE BASE. Por que o DCE não faz isso?
Esta pauta (assistência estudantil) foi levantada apenas para, como disse um camarada: atrair os holofotes, quando na verdade o que querem mesmo é esse espaço no balcão de negociações com o governo do Estado em Salvador. Tanto foi assim que no intuito de legitimar aquela novelinha percebi uma busca frenética por assinaturas para uma “lista de presença”, enquanto um componente da corja governista do DCE escrevia não menos freneticamente, o que imagino tratar-se de uma ata de reunião. Aproveitaram de uma mobilização por parte dos estudantes secundaristas que estava sendo encaminhada em Ilhéus contra o aumento da tarifa para tentarem dar radicalidade ao movimento e combatividade ao DCE (que piada!) utilizando os estudantes da UESC como massa de manobra. Se aquilo se tratou de uma assembléia geral de fato, por que então sequer tocaram no assunto dos decretos baixados por Jaques Wagner, que são a caracterização de um governo eminentemente fascista com o objetivo único de sucatear a educação pública? Eu sei por quê! Por que se trata de uma camarilha de pelegos que rastejam pelas migalhas governistas e venderiam qualquer coisa por elas.
Até me culpo, pois estava lá e não peguei o microfone para denunciá-los, mas também, o circo já estava montado.
Dessa forma, proponho uma verdadeira assembléia geral dos estudantes de caráter independente e autônomo, sem a intervenção do DCE - aliás, só vejo uma saída para o Diretório Central dos Estudantes: extinguí-lo, arrancar a porta daquela sala e queimá-la - (a porta) com o objetivo de discutirmos os problemas da universidade, principalmente os decretos do governo do Estado da Bahia na perspectiva de luta por sua revogação, pois acredito que toda luta pela resolução dos problemas da UESC está condicionada nesse momento por esse decreto, assim como em apoio e fortalecimento do movimento que já está sendo encampado por outras instituições, a saber: Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia em seus três campi.
Isto significa dizer que, na Universidade Estadual de Santa Cruz a mobilização está na ordem do dia.
Pedro Paulo Barreto Junior
Graduando do curso de
Licenciatura em História.
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